Um pouquinho da história do Pe. Antônio Marcos e o Maranata…
“A certo momento, encontrei-me à frente de um dilema: a Congregação dos missionários da Consolata ou o Movimento.
Era cobrado por me envolver muito com a pastoral da família, o que estaria sacrificando os objetivos da Congregação a mim confiados.
Por outra parte, um considerável grupo de pessoas, proveniente de diversas cidades, foi se agregando ao Maranata. Considerei uma injustiça abandoná-lo, frustrando suas esperanças e até desconsiderando seus trabalhos e sua dedicação no compromisso com uma modalidade de fé e apostolado que eu mesmo provocara.
Depois de muito refletir e pedir as luzes divinas, optei pelo Maranata. Antes que isso acontecesse, porém, estando a serviço da Congregação, e representando o Superior, sofri um violento acidente de carro, que me afastou pelo período de um ano de qualquer atividade comum, deixando-me meses na cama e depois numa cadeira de rodas.
Somente quando recomecei a vida, ainda andando de bengala, retomei a questão, naturalmente tudo dentro das normas canônicas.
Passei para o clero diocesano.
Como sempre tive um carinho especial e um relacionamento muito positivo com Dom Paulo Evaristo Arns, dirigi-me a ele, expondo minha intenção. Fui acolhido com toda a cordialidade, o que aliás era seu feitio.
Por isso, lhe serei eternamente grato.
A partir daí, mesmo nunca me omitindo de participar das orientações e práticas da Igreja: reuniões, retiros, cursos e iniciativas, na medida do possível, minha dedicação ao Maranata foi exclusiva.
Sem dúvida, os compromissos não diminuíram. No entanto, foi muito difícil tomar uma decisão assim, aos 54 anos de idade.
Tinha a bagagem de uma grande experiência e a força de um ideal maior ainda.
Recomecei tudo de novo, menos na idade.
Sem lugar para morar. Sem lugar definido para exercer a pastoral.
Sem recursos. Só não passei fome.
Não cheguei a tanto, porque algumas pessoas me socorreram generosamente.
Que o Senhor conserve todos os seus gestos de bondade, escritos no “Livro da Vida” (Ap 3,5).
Surgiu de repente, para agravar a situação, um sério problema de saúde. Primeiro, um enfarto.
Logo depois uma cirurgia grave, seguida de complicações
Entrei em estado depressivo. Passagem difícil, mas superada, como tantas outras”